Já quis que fotos virassem pessoas, já quis que pessoas virassem fotos.
Já me senti inferior as pessoas, mas também já me senti superior, já percebi que nenhum dos dois vale a pena.
Já chorei ao ponto de abraçar a perna, já fiquei tão feliz ao ponto de pular de emoção.
Já amei ao ponto de chorar, já odiei ao ponto de querer matar.
Já ri ao ponto de chorar, já chorei ao ponto de rir.
Já quis viver para vencer, já quis vencer para não viver mais.
Já ouvi tanto tempo a mesma música ao até a cabeça chegar a doer.
Já ri tanto ao ouvir uma piada sem graça, mas me calei nas melhores piadas por tristeza.
Já ignorei pessoas que no final era o oposto do que eu rotulei, já fui rotulada mal por quem mal me conhecia.
Já deixei de fazer coisas pensando na felicidade dos outros, já falei e continuo falando que se dane o mundo enquanto eu sorrir.
Já fiz coisas que não deveriam, já deixei de fazer coisas que precisavam.
Já fui fútil ao extremo, já me desculpei por isso.
Já tive tantas opiniões concretas que depois se desfizeram e se montaram novamente mas totalmente diferentes.
Já tive vontade de me igualar aos padrões, gostar do que a maioria gosta, já agradeci por não ter conseguido.
Já tive medo das pessoas por apenas uma palavra ditas por ela, já virei amiga do perigo sem medo algum.
Já fiquei com os olhos fechados por medo do que viria, já quis ficar com os olhos abertos para ver o que aconteceria.
Não consigo ver e ouvir absurdos sem me cansar.
Tenho orgulho de ter aprendido a me ser, de ter os meus gostos, sim eu uso máscara sempre e a todos que conheço, não máscara de falsidade, mas máscara de proteção.
Pouco a pouco vou conseguindo a me livrar dela.
Meu maior medo sempre foi, o que diriam ou pensariam as pessoas, meio traduzido para timidez, mas hoje você pode até me dizer “-Teu cabelo ta péssimo e suas jóias não combinam.” E eu vou dizer “-O cabelo é meu e as jóias são minhas e eu bem sei que estão péssimos, mas e daí?
Baseado no texto de Clarice Lispector
Por ; Isabela Espanhol
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